domingo, 3 de julho de 2011

E se ninguém ficasse bêbado? OPILATI DORNELES PILATI SUPER INTERESSANTE

E se ninguém ficasse bêbado?




Beber, cair e, sim, levantar. Porque a ressaca estaria demitida de nossa vida. O dia seguinte à bebedeira não teria sobe e desce no estômago, cabeça latejando nem aquele sono de dar vergonha na firma. Só restaria uma secura na boca, porque álcool acaba com a hidratação do corpo. E, com o tempo, algumas marcas no fígado, que seguiria suscetível aos efeitos da birita. Mas isso para quem continuasse a consumir álcool. “As bebidas alcoólicas atraem as pessoas principalmente pelo relaxamento e pela extroversão que proporcionam”, diz Paul Roman, pesquisador do departamento de sociologia da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, e especialista no estudo do alcoolismo. Sem o efeito do pilequinho, o álcool competiria de igual para igual com sucos, refrigerantes e outras bebidas em quesitos como gosto e refrescância. E você talvez preferisse trocar a vodca por água de coco no boteco. “A vinicultura, por exemplo, só se desenvolveu porque a bebida levava a um estado de consciência que permitia às pessoas se soltar, debater ideias. Não pelo aroma ou pelo gosto”, diz a enóloga Alexandra Corvo. Com todo mundo eternamente sóbrio, happy hours não prejudicariam nem a imagem nem o desempenho de ninguém. Hoje o consumo de álcool afeta a concentração de 15% dos trabalhadores nos EUA, seja porque esse pessoal aparece bêbado na firma, chega de ressaca ou toma aquele drinque social no almoço. A concentração dos motoristas também ficaria intacta, o que poderia preservar a vida de até 15 mil pessoas todo ano no Brasil. Poderia, mas não chegaria a tanto. O uso de outras drogas possivelmente aumentaria, já que elas se tornariam um recurso para quem quisesse os efeitos hoje proporcionados pela birita.



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