terça-feira, 6 de setembro de 2011

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Quando setembro chegar...

Imagino um imenso coro se unindo para cantar melodias, saudando a chegada do nono mês do ano. Os motivos de tanta euforia e harmonia são por causa da primavera que obriga o inverno a se despedir. Os sinais são verdadeiramente encantadores: os ipês florescem, os sabiás madrugam para cantar alegrando afinados ouvidos, a brotação adquire variadas tonalidades de verde. Até as pessoas parecem estar com outra disposição. Evidentemente que alguns continuarão com semblante de mau tempo. Questão de opção.
Para muitos a chegada de setembro tem um outro significado: vibram pelo término de agosto. Ainda não entendi muito bem quais os reais motivos de tanta indiferença e pouco afeto por esse oitavo mês do ano. Há até trocadilho: agosto, mês do desgosto. Pessoas de mais idade parecem contar os dias para que esse mês passe logo. Noivas não querem nem pensar em agendar casamento para o dito mês. Encaminhamentos de projetos, só quando esse período passar. Parece haver resistências em vários segmentos, sem aceno para mudanças de entendimento.
Em todos os tempos, humanos se encarregam de inventar explicações e multiplicar superstições. Corre-se o risco de não vivenciar profundamente cada momento. Afinal, o que decide e dá sentido à vida não está atrelado unicamente à exterioridade. A qualidade de uma existência depende do que cada um incrementa em sua interioridade. A paisagem pode ser perfeita em tonalidades e diversidades, mas se a interioridade estiver opaca, tudo passa a ser visto com indiferença.
Soube de um amigo que aproveitou dias de férias para lançar variadas sementes ao solo, preparando e contribuindo com a chegada da primavera. Aos olhos de alguns, desperdício de tempo. Quando quiser flores, é só comprar. Nada se iguala, porém, ao prazer de estar em contato com a terra, retocando e adubando canteiros, distribuindo pequenas sementes, imaginando a beleza do florescer. Há uma carência muito grande de semeadores. Sem contar os que querem colher, sem ter semeado. Em meio a incertezas, é saudável continuar recordando que só se colhe o que se semeia.

OP